Tiago Sousa (1983), compositor, pianista e organista, despertou a atenção e fascínio do público melómano com o seu discurso musical articulado entre a composição contemporânea e o minimalismo em álbuns como Insónia (2009), Um Piano nas Barricadas (2016), Oh Sweet Solitude (2020), Ripples on the Surface (2022) e Organic Music Tapes (on-going series).
Desde o início desta série de cassetes de música orgânica que temos assistido a uma transformação na linguagem pianísitica do músico português, contaminada pelo papel do o órgão eléctrico, a partir de técnicas de composição inauguradas pelo minimalismo americano de Terry Riley, Steve Reich ou Philip Glass.
Composições em estado fluido, que formam nebulosas de sons de contornos indeterminados. Música que se desenvolve em processo gradual, onde a repetição e variação de pequenos motivos induzem percepções subtis e efeitos psico-acústicos, que, pela forma espontânea e natural como se cadenciam, aparece como se tecida pelo próprio tecido da vida – o mesmo que dá forma aos rios, aos veios da madeira, à fibra nos músculos ou às marcas numa pedra Jade.
Em Setembro deste ano, lançou o mais recente álbum A Thousand Strings, totalmente dedicado ao órgão eléctrico e taped loops.