De 3 a 7 de junho, acontece em Lisboa a Mostra de Cinema Piracema Nu Bai, com foco no cinema Indígena, Negro e Periférico. O festival faz parte das iniciativas de extensão do projeto EDGES. A Mostra acontecerá em vários espaços da Grande Lisboa – Casa do Comum, Cinema Fernando Lopes e Mbongi 67, reunindo cineastas indígenas da América Latina e realizadores negros residentes em Portugal e na Europa.
A mostra propõe um olhar inovador sobre cinematografias historicamente marginalizadas no circuito cultural, promovendo o encontro entre diferentes expressões estéticas e experiências de resistência. Enquanto cineastas e pensadores indígenas, estarão presentes Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó (Brasil), Francisco Huichaqueo (Chile), Citlalli Andrago e Joshi Espinosa (Equador), que dialogarão com realizadores afrodescendentes baseados na Europa.
Programa: https://edges.fcsh.unl.pt/piracema-nubai-mostra-de-cinema-indigena-negro-e-periferico/
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21H30 | O CINEMA É UMA FLECHA
Sha’à (Peregrino Shanocua Chaeta, 2023, 3’)
Sha ́a is a close and personal film about Peregrino ‘s fight to defend his ancestral territory in a country that is unable to protect his life. Peregrino is a young indigenous filmmaker from Madre de Dios, Peru.
Tupinambá na Baixada Santista (wescritor, 2022, 6’)
Eternizando a vida e resistência dos povos Guarani Mbya, Tupi Guarani e Tupinambá na Baixada Santista. Este trabalho enfatiza as dificuldades dos povos originários existente em meio ao litoral do estado de São Paulo, visando também enfatizar a força cultura e vida do Tronco Tupi através do Ritmo Ancestralidade e Poesia, RAP.
Tuire, o gesto do facão (Simone Giovine, Coletivo Beture, 2024, 9’)
A guerreira Tuire relata para o neto Patkore detalhes sobre o lendário gesto do facão na mobilização contra a Eletronorte, em Altamira (PA), no ano de 1989.
Minha câmera, minha flecha (Natália Tupi, Guilherme Fascina, 2023, 19’)
Richard Wera Mirim é um jovem Comunicador Indígena do Povo Guarani Mbya da Terra Indígena Jaraguá, território que ainda resiste às margens da Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo. O filme traz um pouco de sua trajetória, aliada à força do audiovisual e do uso das redes sociais na luta e resistência indígena. Mostra a câmera como uma flecha, uma ferramenta de comunicação poderosa, uma arma para registrar e retratar, com o olhar de quem vivencia a cultura, os conhecimentos, os territórios e demais aspectos dos povos originários pelo direito de existir.
Memórias de Abril (Maíra Zenun, 2024, 23’)
Onde estão guardadas as recordações afetivas das pessoas negras que compõem a população de Portugal? Um país preso ao delírio imperialista, ornado em padrões monumentais que são uma ode às invasões coloniais. Em quais álbuns da família portuguesa, temos o protagonismo de suas trajetórias registrado? Foi pensando em tais questões, cruciais para compreendermos a nossa sociedade, que a Nêga Filmes teceu MEMÓRIAS e HISTÓRIAS, duas obras dedicadas ao arquivo familiar fotográfico negro português.
A última cena (Alberto Alvares, 2024, 20’)
Chegadas, partidas, idas e vindas, na cena da vida nunca saberemos quando será a despedida, nem a última cena que deixaremos registrada na memória da vida de alguém. O filme A Última Cena é uma homenagem as últimas imagem que registrei dos sábios Domingos Venites, Ramon e o Miguel Benites e que continuam vivas em nossa memória.