Alice Zeniter, escritora e dramaturga, defende que desde os mitos fundadores até às
discussões de café e à comunicação política, a narrativa estrutura a experiência humana
e que até a biologia tece uma narrativa sobre as origens da vida. Em vez de criticar a
forma como a realidade é contada, Eu Sou Uma Rapariga sem História propõe-se
compreendê-la, desvendando os fios da narratologia. É uma palestra-performance (e um
livro) que consegue pegar em clássicos da literatura — Os Miseráveis ou Anna
Karénina — ou teorias muito sérias — de Aristóteles, Ursula Le Guin, Umberto Eco ou
do filósofo Frédéric Lordon — e com eles percorrer caminhos férteis, contando a
história de uma matilha de lobos shakespeariana ou da investigação do próprio corpo à
maneira de Sherlock Holmes.