Fragmentos: Impressões do Migrar é um encontro de imagens, texturas e memórias coladas pelo afeto e pela busca.
A migração é mais do que um deslocamento físico; é um processo de transformação profunda, onde fronteiras geográficas, culturais e emocionais se entrelaçam.
Nesta exposição de Tuca Paoli, o uso de colagens analógicas a cada obra convida o espectador a explorar as complexidades e os desafios de reconstruir uma identidade em constante movimento.
Através da justaposição de imagens e texturas, as peças expostas narram histórias de pertença, ruptura e reinvenção. Os elementos recortados e reorganizados evocam a fragmentação vivida pelos migrantes: a separação de um passado familiar, o encontro com o desconhecido e a costura de uma nova existência em territórios muitas vezes estranhos.
As colagens são, por essência, metáforas visuais desse processo. Cada recorte carrega vestígios de outros tempos e lugares, enquanto o ato de recombinar cria novos significados. As paisagens híbridas, compostas de memórias e aspirações, refletem a fusão de culturas e experiências que definem a jornada migratória.
Ao caminhar por esta exposição, o público é convidado a refletir sobre o que significa deixar para trás e o que significa começar de novo. As obras capturam a resiliência e a esperança que sustentam a travessia, revelando que, mesmo na fragmentação, há beleza e possibilidade de reconstrução.
“Tuca Paoli” é uma artista visual que construiu uma carreira versátil entre São Paulo e Berlim, dirigindo e fotografando diversos projetos que exploram questões sociais e culturais. Seu trabalho inclui documentários sobre a comunicação entre mulheres em Zanzibar, a imigração na construção da identidade brasileira e a relação da religião com o universo feminino, entre outros temas marcantes.
Com passagens por residências artísticas no Berlin Art Institute e na Amazônia, Tuca realizou três exposições individuais em Berlim. Após a exposição ‘Whispers from the Cold’, composta por fotografias da Islândia, ela retorna à Casa do Comum com suas colagens analógicas em ‘Fragmentos: Impressões do Migrar’, uma imersão em imagens, texturas e memórias costuradas pelo afeto e pela busca por pertencimento.” Vive e tem seu estúdio em Lisboa desde 2023.