Quantas vezes uma mulher já não se sentiu insegura a andar na rua à noite sozinha, num transporte público quase vazio, numa rua sem iluminação? Quantas vezes uma mulher já foi alvo de assédio em espaço público sem contar com qualquer auxílio? Quantas vezes uma mulher já enfrentou obstáculos urbanos por mobilidade reduzida ou problemas de saúde? Quantas vezes uma mulher que usa o espaço público para trabalhar (como trabalhadoras do comércio ambulante, cuidadoras informais, artistas de rua e profissionais do sexo) enfrenta riscos de segurança relacionados com a visibilidade e exposição?

E aqui falamos de todas as mulheres: racializadas, trans, imigrantes, LGBT…

Alguma vez parámos verdadeiramente para pensar como o espaço público NÃO é pensado para todas as pessoas?

Enquanto local de interação e convivência, também pode ser palco de inseguranças que afetam de forma desproporcional as mulheres. Na rubrica Onde é o Lugar da Mulher, organizada pela Equid’Artes em parceria com a Rádio Trauma, será promovida uma roda de conversa sobre as percepções de (in)segurança da mulher na cidade.

Procuramos refletir sobre a conceção do espaço público, explorando como o urbanismo, a arquitetura, e as políticas públicas podem garantir maior equidade e segurança de género.

Com a presença de um painel diversificado, vamos abordar questões fundamentais que frequentemente são desconsideradas ou pouco abordadas.

 

(cartaz de gil dionísio / fotografia de afonso arrais)