A lua e as fogueiras, de Cesare Pavese
Na próxima sessão do Clube de Leitura do Comum, a 17 de julho, vamos falar sobre o livro ‘A Lua e as Fogueiras’ (1950) de Cesare Pavese, com tradução de José Lima.
Cesare Pavese escreve com uma profunda elegância – é um estilista. Neste romance, sobre aquilo que permanece (a lua e os seus ciclos) e aquilo que renova (as fogueiras), o narrador, de regresso a uma terra que gostava de chamar sua, de sua pertença, tenta cerzir esse laço com uma meticulosa nomeação de todas as coisas. Todos os locais, árvores, plantas, flores, cheiros e sons não são apenas casualmente ditos, mas precisamente nomeados e localizados. O cheiro a mosto e o aroma das tílias, o cão que ladra furiosamente preso a um arame, o som da carroça ou dos arreios ao longo do caminho, têm muitas vezes um aspeto simbólico, mas são sobretudo uma cantiga de amor (ou de ódio), uma nostalgia persistente de quem regressa e pode ver as coisas ainda de longe.
Juntem-se a nós!
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Cesare Pavese (1908–1950) é considerado um dos mais influentes intelectuais italianos do século XX, tendo sido escritor, poeta, tradutor, ensaísta e editor. Nasceu em Santo Stafano Belbo, na região de Piedmont, onde voltaria frequentemente nas férias de família. Depois de completar o ensino primário, mudou-se com a família para Turim onde prosseguiu os seus estudos. Combatente antifascista, foi preso e enviado para o degredo. Após a invasão alemã, junta-se aos partigiani (resistência italiana) nas montanhas. Em 1950, a ano em que tinha ganho o prémio Strega pelo livro ‘Belo Verão’ e poucos meses depois da publicação de ‘A lua e as fogueiras’, Pavese suicida-se num quarto de hotel.
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Informações úteis:
· Não é necessária inscrição prévia.
· Não é obrigatória a leitura do livro para participar na sessão.
· Dinamizado por Pedro Rondulha Gomes, com a preciosa colaboração de Carla Veiga e Isabel Minhós Martins
· Livro de Setembro: Tu não és como as outras mães, Angelica Schrobsdorff (Helena Topa)