Sessão #1:
PANTANAL, PLANÍCIE DAS ÁGUAS, Lygia Barbosa da Silva (Brasil / 2024/ 45’) *com a presença do fotógrafo Luciano Candisani
Luciano Candisani, premiado fotógrafo e documentarista brasileiro, embarca mais uma vez para a maior planície inundável do mundo, um ambiente que ele explora há mais de duas décadas com a missão de revelar a biodiversidade escondida sob a superfície dos rios. Suas imagens trouxeram uma identidade visual inédita para os ecossistemas submersos do Pantanal e mostraram um elo indissociável entre a pujança da vida e o meio aquático. Mas desta vez ele encara um novo desafio em sua jornada: engajar e conscientizar o mundo sobre as ameaças que pairam sobre o equilíbrio das águas que ele conhece como poucos. A destruição em larga escala do ecossistema, provocada por diversos fatores, vem afetando severamente o fluxo de água, com perda de área úmida, uma tragédia para a fauna e pessoas que tiram o sustento dos rios e lagos da região. Nesse cenário de secas mais pronunciadas, é o fogo que ocupa o lugar da água com queimadas sem precedentes. O fotógrafo percorre um Pantanal muito mais seco e ameaçado, mas ainda encontra focos de resistência e esperança para o retorno do equilíbrio das águas.
FOGO PANTANAL FOGO, Sandro Kakabadze (Brasil / 2024 / 41’)
Estruturado em três partes, “Fogo Pantanal Fogo” primeiro volta suas lentes para o cerco fechado de três dias de queimadas com um poder avassalador de destruição, fazendo uma imersão na desafiadora rotina dos brigadistas do Prevfogo, grupo estruturado pelo Ibama que atua no combate aos incêndios florestais e queimadas não autorizadas e na indução de mudanças da cultura do uso do fogo na agricultura.
Na segunda parte, Kakabadze aborda as diferentes formas como as queimadas têm início, enfatizando não só o impacto da emergência climática e das queimadas criminosas, como, também, revelando o potencial aparentemente menos ofensivo de práticas culturalmente aceitas décadas atrás, como o manuseio do fogo para repelir abelhas e pernilongos durante a coleta de mel silvestre e de iscas para pescas, ações que podem deflagrar focos de grandes queimadas, como exemplifica o filme.
Retratando um balanço desolador, a terceira parte do “Fogo Pantanal Fogo” registra as consequências da passagem devastadora do fogo para a vegetação nativa e para a fauna pantaneira, num cenário onde o verde é substituído pela predominância de um rastro misto de negro e cinza deixado pelo fogo.