As fotografias compreendidas neste livro […] dão conta de edifícios sujeitos a uma incúria generalizada, entrevendo-se como a promessa de projectos fabris e do anunciado desenvolvimento [que] acabaram por soçobrar ao dente roaz da degradação.
O gesto de “abandonar” ou “ser abandonado” conjura uma polissemia. É um desistir que, não obstante, desata e liberta, que deixa ser o que, outrora, estava sujeito a um domínio, a uma autoridade, a uma lei. O abandonar é um largar, funda novos possíveis após um acto que devolve algo a si próprio, como quando dizemos de fulano que mostrou quem realmente era, porque perdeu o autodomínio, porque sucumbiu aos impulsos